Introdução ao Princípio da Correspondência

 JOSÉ LAÉRCIO DO EGITO - F.R.C.


" O espírito nos une, o corpo nos separa".
Arthur Veloso


De todos os Princípios de Hermes este é o mais citado:

“O QUE ESTÁ EM CIMA É COMO O QUE ESTÁ EMBAIXO, E O QUE ESTÁ EMBAIXO É COMO O QUE ESTÁ EM CIMA”.

No Cosmo tudo o que existe em um nível tem o seu homólogo em outros níveis. Não existe algo isolado, fora ou dentro da creação.

A creação é uma objetivação da Mente Cósmica. O PODER SUPERIOR como ABSOLUTO não se polariza, ELE se projeta, se expande e a expansão corresponde precisamente a creação. Nisto reside ao primeiro nível de correspondência.
Tudo aquilo que existe na creação tem o seu homólogo em todos os planos superiores até mesmo na própria Mente Cósmica. Na Mente do Poder Superior já existe potencialmente, como idéia, todo o modelo da creação. Por mais amplo que seja um sistema, ou, por mais insignificante que seja uma determinada coisa, por certo ela tem correspondência com a MENTE CÓSMICA.

O universo com tudo aquilo que nele existe é uma projeção da MENTE DO Poder Creador é o lado descontinuo do continuo.

Dentro da creação quase tudo é vibração, o universo é vibratório, e à vibração está inerente à natureza sétupla expressa pela “Árvore da Vida”. Tal como na escala musical, são sete as notas possíveis, são apenas sete notas agrupadas em oitavas, mas isto não diz respeito somente às notas musicais, na verdade diz respeito à totalidade das vibrações – Teclado Cósmico.

Uma escala musical é composta por sete notas que se unem a uma compondo uma oitava que podem ser agrupar formando uma verdadeira escada.
No “Teclado Cósmico” cada da oitava pode constituir um mundo, um plano, uma coisa qualquer. Todas as formas existentes no universo sempre estão interligadas. A vibração é o que individualiza as coisas e a correspondência à união das coisas. As notas se repetem de oitava em oitava. Qualquer nota de uma oitava tem a sua correspondente nas demais oitavas.

Tudo pode ser representado pela “Árvore da Vida” e aquilo que contiver numa oitava tem correspondência nas demais oitavas que constituem a “Escada”.

Segundo as leis da mecânica ondulatória, qualquer nota ressoa ao longo de toda a escala segundo determinada relação. Isto é uma decorrência do Princípio da Correspondência. Na oitava de cima as notas se repetem, isto é, cada uma nota tem uma homóloga. Assim como é na oitava de baixo é também na oitava de cima, pois tudo apenas se repete em um outro nível.

Também a harmonia musical – vibratória – é uma decorrência do Princípio da Correspondência. Na escala das vibrações há notas ressonantes harmônicas e notas ressonantes desarmônicas.Isto é estudado na música. Sabe-se que existem notas que se combinam harmônicamente e notas que não se combinam harmonicamente. Por exemplo: as notas mi - sol - si formam um acorde harmônico; ré - fá – lá, outro. Vejam que as notas harmônicas estão em um mesmo pilar – lado – da “Árvore da Vida”, o que faz ver que a harmonia musical não ocorre por acaso.

Pela “Arvore” se pode ver que o dó inferior (Malkut) tem a sua réplica no início da oitava seguinte (Kether) portanto: “Assim como é em baixo é também em cima”. Se Malkut representar o homem material Kether representará Deus, portanto o homem de uma certa forma é a imagem de Deus.

Como temos mostrado em nossos temas, o universo é constituído por vibrações de um principio primordial - MA. As vibrações estão distribuídas numa escala colossal em que as oitavas se repetem numa imensa sucessão formando uma fantástica “escada”. As vibrações se apresentam formando tudo quanto há, constituindo não só as coisas materiais existentes como também outros planos distintos. Não se trata de uma escada linear, de uma escala simples, pois, como já dissemos em outras palestras cada nota de uma oitava pode se constituir por si mesmo uma oitava completa (Cada sephirah de uma “árvore” pode se constituir numa árvore secundária assim sucessivamente).

O Universo basicamente é constituído por três amplos planos que podem ser representados por “arvores da Vida”. Esses planos recebem denominações próprias em algumas doutrinas.

1 - ASTRAL INFERIOR; 2 - ASTRAL RESPLANDECENTE; 3 - ASTRAL SUPERIOR.
1 - GRANDE PLANO FÍSICO; 2 GRANDE PLANO MENTAL; 3 GRANDE PLANO ESPIRITUAL.
1 - BERIAH - 2 YETZIRAH - 3- ASSYAH.

Tudo o que existe num plano existe em um plano por correspondência também existe nos demais. Por exemplo: Tudo o que existe no Grande Plano Físico também existe no Grande Plano Mental e no Grande Plano Espiritua. A única diferença diz respeito apenas à “densidade”. Como os níveis de vibração diferem muito de um plano para outro, naturalmente a réplica de algo num plano superior apresenta-se com um aspecto bem mais atenuado que aquela do plano imediatamente inferior. Comparativamente se pode ver que uma estrutura material do mundo denso tem a sua réplica no plano astral mais tênue, por isso via de regra ela não é facilmente visível.

É o Princípio da Correspondência que permite se intervir sobre uma estrutura densa a partir da sua réplica no plano astral. Qualquer modificação que se processe em um plano se reflete em todos os demais, por isto se diz que qualquer ato afeta todo o universo. Muitos trabalhos de magia são praticados a partir de interferências nas réplicas do astral, tanto em um sentido quanto no outro.

Dizem as “lendas” e “mitos” dizem os duendes, as fadas, e outros elementais protegem a natureza. Na realidade eles são seres do plano astral e que suas ações ocorrem a partir das réplicas existentes naquele plano, portanto se trata de um processo baseado no Princípio da Correspondência.

O Princípio da Correspondência é função do efeito de ressonância inerente ao Princípio da Vibração. Quando uma corda de um piano é percutida provocando um som todas as notas correspondentes – ressonantes – também vibrarão e provocarão os sons correspondentes, mas, vale notar que a intensidade do som será progressivamente atenuada. A ressonância é tanto mais intensamente quanto mais próxima estiver da nota básica. Em um piano se uma tecla de um extremo for percutida fazendo vibrar uma corda, muitas outras cordas ao longo do teclado também vibrarão, porém os sons correspondentes serão tanto menos intensos quanto mais afastada for a corda em relação àquela que inicialmente percutida.

Todas as notas se desdobram em 7 outras e assim sucessivamente. O mesmo acontece não somente com as notas musicais, mas também com tudo o que vibra. Isto é o que permite que existam outros planos além deste que conhecemos e que é denominado de plano material. Assim, no plano da matéria podemos situar os reinos da natureza, sendo os três mais conhecidos: O reino mineral, o vegetal e o animal. Podemos afirmar que tal como esses reinos existem no mundo material eles têm replicas nos demais planos. O que estamos dizendo é significativo porque é importante a pessoa conhecer todos os seus harmônicos, quer nos reinos da natureza quer em todos os bipolo do universo.

Já dissemos em uma palestra anterior que muitas vezes a pessoa encontra uma plantinha pela qual sente uma grande atração por ela. Na realidade isto é a lei da correspondência. Muitas vezes uma pedrinha atrai a nossa atenção, pegamo-la e ficamos muito tempo com ela nas mãos e poderemos ter algum tipo de sensação. Isto é a lei da correspondência em ação. Quando assim acontece com grande intensidade que a sensação é prazerosa é bom que guardemos aquela pedrinha, até mesmo mantendo-a em contacto conosco, pois as vibrações dela podem nos harmonizar. Por outro lado se a sensação for de desconforto devemos nos livrar dela o mais breve possível.

A empatia, a atração entre pessoas, ou seja, a afinidade tem muito ver com o Princípio da Correspondência. O entendimento deste princípio facilita muito as coisas do dia a dia, pode condicionar um viver melhor. Pode condicionar uma união conjugal mais duradoura, pode condicionar uma vida mais feliz por se residir num lugar harmônico, etc.

Em um tema bem anterior, quando falamos da energia sutil, dissemos que se podem aumentar nossas reservas a partir de um vegetal, ou mesmo de um mineral. Falamos de um exercício que consiste em colocar a coluna vertebral em contacto com uma rocha, ou com uma árvore. Agora podemos acrescentar que o vegetal, ou a rocha, devem ser harmônicas com a pessoa.

No reino animal uma pessoa pode ter afinidade com algum animal em especial, mas às vezes é com uma espécie inteira. É comum algumas pessoas terem afinidades com determinado tipo de animal tais como gatos, enquanto outras terem com cachorros, outras com peixes, outras com determinados tipos de pássaros. O mesmo acontece com relação ao reino vegetal, existem lavradores que até mesmo não sabem o porquê de preferirem determinadas culturas independentemente do lado lucrativo. O mesmo se pode dizer da afinidade das pessoas com determinados minerais, especialmente com as pedras; uns ficam encantados com o rubi, outros com ametista, outro com água-marinha e assim por diante. Baseada nisto a pessoa deve procurar sempre que for possível se acercar das coisas afins, pois estas tendo ressonância harmônica com a pessoa, por certo lhe facilitam o viver.

A lei da correspondência é o resultado da ressonância vibratória, portanto é um princípio decorrente da vibração constitutiva do universo. Por esta razão não é fácil mudar o grau de afinidade entre pessoas e coisas, a não ser quando o adepto sabe como alterar temporariamente a sua vibração pessoal, pois somente assim ele pode manter a sintonia com coisas diferentes. Modificando a sua vibração básica ele passa a ser harmônico com outras freqüências que antes lhes eram desarmônicas.