JOSÉ LAÉRCIO DO EGITO — F.R.C.
Tema 359
1995 - 3348
"Os sonhos enquanto duram são uma verdade."
— Alfred Tennyson.
Quando a
pessoa adormece há uma atenuação da ligação entre o espírito e o corpo. Assim
sendo o espírito como que viaja para lugares distantes. Na realidade ele não
faz viagem alguma, o que ocorre é um afloramento da consciência para além do
lugar onde está o corpo físico. Há projeção da consciência, mas não num nível
tão intenso que ela se projete num outra dimensão, num outro plano, ou mundo. Sendo assim, é como se fosse
uma viagem na própria terra.
Em tal
situação o espírito visita lugares e torna-se ciente de um mundo de coisas.
Quando a pessoa desperta tem lhe afloram as lembranças de tudo o que percebeu.
É claro que a lembrança é incompleta, ele recorda fragmentariamente e muitas
vezes um fragmento de uma “viagem” se une ao de uma outra tornando o sonho um
tanto incoerente.
Dissemos que
o espírito viaja quando a pessoa está dormindo, na realidade não é bem uma viagem
física e nem um deslocamento físico. Na realidade é um afloramento da
consciência em outros níveis, mas sempre dentro do plano terreno. Há um
afloramento nesse mesmo mundo porque e não em outro como acontece no quarto
tipo de sonhos. Como veremos na próxima palestra, a consciência pode aflorar
num nível de consciência alem do mundo em que estamos, isto é, num outro mundo
com uma realidade totalmente diferente desta que Vivenciamos na matéria densa, ou
seja, o afloramento pode ser numa outra oitava, numa árvore da vida diferente
da nossa.
Agora faremos
algumas observações quanto a algo de real importância que é o ponto
de convergência energética. Na próxima palestra nos aprofundaremos
mais no estudo desse item, mas anteciparemos um pouco afim de que esta palestra
possa ser mais bem compreendida.
O ponto de convergência energética – Ponto de Sintonia da Mente sobre a
Consciência) – é aquele representativo do nível de consciência do ser. Na
realidade não se pode falar de uma representação espacial mesmo que de natureza
energética. Será melhor dizer que é um ponto energético apenas. Mas quando
percebido é como se houvesse uma área energizada em torno da pessoa e dento
dela presente um ponto de concentração de grande intensidade energética.
Quando uma
pessoa habilitada observa o corpo energético percebe alguns vórtices de
energia. Existem 7 vórtices que são os denominados chacras. São pontos que poderíamos analiticamente chamados de “plugs”, pontos por onde a energia penetra
ou sai do corpo. Também é possível serem visualizados outros 7 vórtices que são
os centros psíquicos. Há correspondência entre cada um destes pontos um
determinado órgão físico. Analogicamente podemos compará-los a “antenas”, pontos em que não é energia em
si, mas por onde através da energia as mensagens adentam o corpo.
Mas além
desses 14 pontos, existe mais um que poucas pessoas percebem sendo por isso
pouco citado. Trata-se de um de um ponto para onde há uma convergência das
forças inerentes aos 14 vórtices. É um ponto bem menos conhecido que os chacras
e centros psíquicos embora tenham importância maior que qualquer um dos 14
existentes.
Todos os 14 pontos convergem para um ponto energético único. Numa visão espacial daquele ponto pode-se o percebes com diferente grau de intensidade energética assim como a ocorrência de mudanças de posição.
O “lugar” do
corpo energético em que o ponto de
convergência se situa depende da natureza vibratória dos l4 canais (chacras
e centros psíquicos). De conformidade com o grau e o nível de percepção da
pessoa ele pode estar num ponto ou noutro.
É a partir do
ponto de convergência que se
estabelece o comando de todo o organismo, incluindo, por absurdo que possa
parecer, o plano de existência do ser. O viver no plano denso, na terra, é função
de um comando que surge a partir do ponto
de convergência. O que parte dali é que através dos corpos intermediários
funciona como modelo organizador biológico. Dali provém o estado de consciência
e o comando de toda a estrutura orgânica.
Qualquer
modificação que ocorra no ponto de
convergência resulta em algum tipo de alteração sobre o corpo denso e
vice-versa. Disto resulta que através de praticas mistificas podem ocorrer manipulações
do ponto de convergência havendo como
resultado uma gama imensa de consequências.
Muitas práticas
existem que permitem quer sejam alterações na intensidade, quer alterações na
aparente localização espacial do ponto de
convergência. Na realidade tudo isso nada significa do que alterações no
nível de vibração pessoal. Tudo o que modifique a resultante vibratória de uma
pessoa por certo altera também a localização do ponto de convergência e isso determina reflexos imensos sobre o
organismo.
Num sonho
perceptivo é possível se visualizar quando ocorre alguma alteração na
intensidade do ponto de convergência
e também quando há algum deslocamento (voltamos a insistir que não há realmente
um deslocamento real e sim uma exteriorização superficial que parece ser um
deslocamento. Isto na essência, no sentido prático, não faz diferença alguma, por
isso pode-se aceitar como deslocamento).
Num sonho
perceptivo se for visualizado o ponto de
convergência ver-se-á a ocorrência somente de pequenos deslocamentos. Nisto
difere dos sonhos projetivos (estudados na palestra seguinte) em que o deslocamento
é acentuado. Em decorrência do deslocamento pequeno, as modificações do ponto
de afloramento da percepção situa-se dentro do nosso plano existencial,
portanto é como se apenas houvesse ocorrido simplesmente uma “viagem” da qual a
pessoa ao acordar tem recordações parciais. Quando há
deslocamento para planos astrais geralmente é alcançado apenas o mundo astral
mais próximo do plano material.
Nesse
nível de sonho, ou seja, nesse nível de afloramento da percepção, a pessoa
pode perceber coisas, assistir, participar de eventos, auxiliar, aprender e
ensinar. Muitos conhecimentos apresentados por pessoas, até mesmo descobertas
científicas ocorrem por esse canal. Pelo que dissemos antes sim é que a Bíblia
refere:
“Deus fala uma vez, e segunda vez não repete
uma mesma coisas. Por sonho de visão noturna, quando cai sopor sobre os homens,
e estão dormindo no seu leito, então abre os ouvidos os homens, e
admoestando-os lhe adverte o que devem fazer”. Bíblia, Jó, 33-14.
O que vamos
revelar agora tem muito significado. Um estado de sonho pode ocorrer espontaneamente,
automaticamente, ou pode ser induzido mediante determinadas práticas. Portanto
a própria pessoa pode induzir os seus próprios sonhos e deles tirar proveitos.
Mas, por assim agir ela está sujeita a também ter sérios prejuízos espirituais.
O trabalho
desenvolvido pelos adeptos da projeciologia ocorre nessa área. Basicamente eles
se projetam acordados, mas pode ocorrer também através dos sonhos, seria melhor
dizer que recordados como sonho. Mas, como
toda moeda tem duas faces, ou seja, em decorrência da lei da polaridade,
pessoas maldosas podem mesmo dormindo prejudicar outras pessoas e isso é
possível de ser rememorado como um sonho.
Não é raro
uma pessoa sonhar e saber que aquilo tudo não passa de um sonho e assim até mesmo
assim comandar, e se deslocar pela ação do querer. Mas, então esse tipo de
sonho já está no limiar do quarto nível, que estudaremos na palestra seguinte,
e que é perigoso porque está sujeito a ocorrência de situações sobre as quais é
possível a pessoa não ter controle, ou por incapacidade de conhecimentos ou por
carência de sutil.
Um dos
problemas mais simples que ocorrem quando desses sonhos, com ciência de que se
está sonhando, é a possibilidade de sugestionar outras pessoas. Na história da
humanidade existiram pessoas altamente habilitadas para usarem esse tipo de
sonhos visando à consecução de seus propósitos pessoais. Conhecem-se pessoas
que usam isso como uma forma de magia para condicionar paixões e coisas assim;
para induzirem pessoas a fazerem determinados negócios; para conquistas
amorosas e muito mais.
Por existir
tal possibilidade é preferível que a pessoa simplesmente deixe o sonho evoluir
naturalmente e evitar tomar decisões, pois todo prejuízo que possa causar,
todos os transtornos que possa motivar, mesmo ocorrendo numa situação que e a
ela parece um mero sonho, por ter um reflexo na vida real, por certo ela terá
que responder carmicamente.
Uma coisa
que normalmente as pessoas menos afeitas aos conhecimentos místicos ignoram é
que o mundo dos sonhos é tão real quanto este que Vivenciamos no estado de vigília.
No mundo onírico o que parece irreal é este mundo que estamos. Quando uma
pessoa sonha e sabe que está sonhando aquele mundo parece-lhe mais real que
esse que vivenciamos quando no estado de vigília. Quando uma
pessoa sonha e sabe que está sonhando o seu nível de percepção é no mínimo o
quarto, aquele correspondente ao estado de vigília.
Queremos
salientar e dar maior ênfase ainda à afirmativa de que os sonhos podem
ocasionar sérios transtornos e por isso a pessoa por certo será responsável por
tudo o que determinar, mesmo no estado de sonho consciente. Assim deve-se adormecer sem pensamento preso em negatividades. O adormecer
deve ser um momento um tanto sagrado, um momento de recolhimento e de prece
verbalizada ou mentalizada. Não se deve brincar com os sonhos do terceiro e
quarto nível porque a pessoa fica sujeita a sérios transtornos. Não é sem razão
que está escrito na Bíblia:
“Porque os sonhos tem feito
extraviar a muitos, que caíram, por terem posto neles a sua confiança”: Eclesiástico,
34-7.