JOSÉ LAÉRCIO DO EGITO — F.R.C.
Tema 419
1995- 3348
"Iniciado é aquele que foi admitido nos mistérios e ao qual são revelados segredos da natureza.”
Existe um elevado número de Ordens e Confrarias que se dizem místicas e tradicionais, mas que na verdade não o são desde que não têm a confirmação de autenticidade, o reconhecimento, emitido pela mais elevada fonte de conhecimento da terra, a Divina Ordem.
Uma religião, fraternidade ou ordem para ser aceita como tal é preciso que seja reconhecida pela “Tradição”, por isso a maioria delas são apenas divulgadoras de ensinamentos, mas não transmitem os poderes de iniciação para os discípulos. Muitas vezes são organizações que atribuem a elas próprias nomes tradicionais, nomes de alguma organização autêntica, especialmente uma das que no passado desenvolveu atividades relevantes.
São muitas as organizações que usam títulos antigos e que se intitulam com nomes de Ordens Tradicionais sem que tenham título de autenticidade, pois, além de não serem reconhecidas, ainda transmitem conhecimentos deformados e, quando não, maliciosamente preparados para o atendimento dos interesse da força negativa. Muitas vezes a pessoa se defronta com propagandas, com publicações que visam o proselitismo, e quanto não o atendimento de interesses particulares. São publicações patrocinadas pelos mercadores das coisas sagradas. Diante disto é natural que a pessoa indague: Como saber se uma Ordem é autêntica? - Há meios de se saber quanto à autenticidade de uma organização. Primeiramente podemos citar aquilo que o próprio Jesus disse: "pelos frutos conhecereis a árvore ”. As organizações existentes podem ser classificadas em três tipos:
O primeiro tipo, o mais comum deles. Organização impostora; aquela que assume um nome tradicional, mas que nada tem a ver com o verdadeiro propósito da organização cujo nome assumiu. Neste caso são diversas as intenções possíveis; hora se trata de promoção pessoal, hora de desviar pessoas dos verdadeiros propósitos de uma organização autêntica por razões escusas, hora uma forma de se vingar ou no mínimo esconder o fato de haver sido por algum motivo afastado de uma ordem tradicional, e o que é pior visando destruir, adulterar conhecimentos segundo a intenção do “terceiro interesse”.
O segundo tipo é aquele construído de pessoas que se propõem sincera e honestamente estudar e, mesmo praticar, os ensinamentos de certa organização mística ou fraternal. Neste caso não há qualquer tipo de intenção escusa. São em grande número esses grupos que se usam indevidamente nomes tradicionais e reconhecidos como, por exemplo, Ordem ou Fraternidade Hermética, Rosa-cruz, Gnóstica, etc. O ideal é que as organizações se intitulassem “Grupo de Estudos Gnóstico”, Grupo de Estudo Hermético, Grupo de Estudo Rosa-cruz, e assim por diante.
O terceiro tipo, o autêntico. São as Confrarias, Ordens e Religiões confirmadas por quem tem o direito tradicional de fazê-lo, como, por exemplo, a Divina Ordem de Melquisedec e a Grande Fraternidade Branca.[1]
Desde épocas imemoriais, somente á mais elevada de todas as Ordens, a Ordem deMelquisedec, é dado o poder de conferir o sacerdócio, por isso no ato litúrgico de ordenação de algumas religiões, entre estas o Catolicismo, isto é confirmado quando o Ordenador diz “Tu és sacerdote segundo a ordem de Melquisedec”... À Ordem de Melquisedec só têm acesso importantes Iniciados, aqueles que atingiram o grau evolutivo de um desses luminares que vem promovendo transformações positivas e decisivas no desenvolvimento espiritual da humanidade. Esta Bendita Ordem situa-se no ponto mais alto da pirâmide de organizações autênticas. Conforme a necessidade, a Divina Ordem autoriza algumas Fraternidades, Confrarias, Religiões e Ordens subordinadas o poder de conceder o “sacerdócio”, em outras palavras, de conferir Iniciações Místicas. São organizações filiadas à G.F.B. consideradas ordens menores autênticas e que cumprem funções especificas. Assim é que a G.F.B. visa o atendimento de certa gama de pessoas através de ramificações com diversos nomes, como por exemplo a Ordem Pitagórica, a Ordem Hermética e outras.
Somente às organizações oficialmente confirmadas pela Ordem Bendita de Melquisedec – única detentora do direito de conceder iniciações legítimas e ministério sacramental – é dada a permissão e o poder de outorgar e de transferir o direito de ministrar sacramentos válidos. Só ela é detentora do Sacerdócio legítimo[2] (sacerdócio, mestria e outros títulos).
Qual a razão da existência de várias Ordens ? - Simplesmente uma divisão e especialização do trabalho. Uma religião, Confraria ou Ordem, vezes visam o atendimento da mentalidade de uma época, o costume de um povo, um método de trabalho, etc. Há pessoas que em decorrência da linha própria de compreensão têm facilidade para o raciocínio numérico, então para atender esse tipo de pessoa existe a Ordem Pitagóricaque através da mística dos números conduz a pessoa aos mais elevados conhecimentos metafísicos que se possa imaginar. Assim esse tipo de pessoa pode mitigar a sua sede de saber e poder chegar pela compreensão da natureza do universo e até chegar à purificação. Penetrando nos mistérios dos números a mente se expande e assim consegue entender melhor toda problemática que a preocupa. Assim há sistemas que usam diferentes formas de suportes psíquicos, de métodos capazes de efetivar a expansão da consciência decorrente da diversidade de linhas de compreensão existentes. São várias as peculiaridades neste sentido e por isso, mesmo em se tratando de religiões, e ordens autênticas, existem organizações que aparentemente são divergentes, mas podemos dizer que não existem diferenças essenciais, existem sim diferentes meios de se chegar a um mesmo alvo que é a purificação espiritual.
Um dos privilégios da confirmação de uma organização junto à Grande Fraternidade Branca (expressão terrena da Ordem de Melquisedec (O.B.D.M.) é o direito e poder de conferir Iniciações. Desta forma, uma Organização a fim de poder ser considerada autêntica, ser membro da Tradição, tem que ser confirmada pela O.B.D.M., assim também uma pessoa para ter o privilégio de acenar determinados níveis de conhecimentos ou de transmitir certos ensinamentos tem que receber o sacerdócio, ou seja, uma forma de poder pessoal que lhe é conferido através da Iniciação.
Existem iniciações falsas, simples atos meramente teatrais. São cerimônias que coisa alguma confere ao iniciando; simples tapeações levadas a cabo por organizações inautênticas visando tão somente justificar filiações a pseudo-ordens. Existem até iniciações indesejáveis que na realidade são pactos satânicos e, em casos assim, há transferência de poderes, porém poderes das trevas. Essas devem ser evitadas por todo aquele que quiser seguir o caminho da mão direita, aquele que leva mais diretamente a Deus. Existem as iniciações, aquelas que representam o Sacerdócio de Melquisedec, aquelas que são autênticas e conferidas pelas organizações prepostas confirmadas pela da Tradição da Bendita Ordem.
As iniciações autênticas podem ocorrer de três modos distintos: Em plano físico, em plano não físico lúcido e em plano não físico sublúcido[3]. No primeiro caso uma ordem ou confraria a que pertence o iniciando efetiva um cerimonial adequado. Essas iniciações não são públicas e devem ser descritas exatamente para que o ritual não seja imitado por organizações inautênticas. Mesmo que uma imitação não confira poder algum ao pretenso iniciando mesmo assim não deve ser mostrado um método que dê um aspecto de autenticidade a algum ato falso.
Como decorrência da possibilidade de serem imitados os rituais iniciatórios de plano físico são mantidos o quanto possível secretos o que não ocorre com algumas iniciações mais elevadas. Neste caso, o sigilo é pessoal. Apessoas, muitas vezes, preferem guardar segredo para não serem considerada "tonta", para não ser posta em ridículo, ou considerada "mentirosa", "ingênua", "mercadora de ilusão" ou "vendedora de fantasias", em relação aos não iniciados.(*)

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[1] Até mesmo o nome sagrados dessas Ordens tem sido usurpado por grupos em muitas épocas e lugares.
[2] Sacerdócio, mestria e outras funções litúrgicas que envolvem o direito de ministrar sacramentos e celebrar atos litúrgicos válidos. Somente um ministro que haja recebido o sacerdócio concedido através de uma organização reconhecida pela Ordem de Melquisedec tem validade porque neste caso não se trata de concessão apenas de um títulos, mas sim da transferência de certos poderes através de leis e princípios cósmicos.
[3] Inicialmente, José Laércio do Egito escrevia, em alguns temas, "consciente" e "inconsciente" nas acepções de "dar-se conta de si" e "não se dar conta de si", respectivamente. Em nossa atualização, porém, optamos por substituir os termos destacados por "lúcido(a)" e "sublúcido(a)", representando exatamente as acepções há pouco expostas. Preferimos utilizar essas palavras por questões didático-psíquicas, pois, no Hermetismo, "Consciência" exprime a Realidade Única, em que todos os registros cósmicos estão plasmados eternamente. Por isso, tudo É Consciente, mas nem tudo "se dá conta de si" (por exemplo, a Consciência está na "pedra", mas a "pedra" não pensa, não sente e não quer). [P.]