Análise dos universos

                                                                                JOSÉ LAÉRCIO DO EGITO  F.R.C.

Tema 68
1975 - 3328

“Cobre com o santo silêncio as coisas dignas de segredo."
 — Francisco Arias.

Para darmos continuação a este estudo, vamos agora precisar alguns termos que usaremos nesta palestra.

Teclado Cósmico: Graficamente representado por um eixo ao longo do qual se localizam todas as vibrações possíveis, consequentemente todas as manifestações cósmicas têm sua representação ao longo do eixo das vibrações.

Universo Relativo: Como não é possível serem detectadas todas as vibrações do Teclado Cósmico, a conceituação que podemos ter do universo é restrito. Por aquilo que detectamos é que estabelecemos um modelo limitado e relativo para chamar universo a aquilo que as percepções de cada um mostram.

Universo Absoluto: Aquele que contém todas as vibrações possíveis.

O Universo Absoluto contém todas as manifestações de um universo e é composto por um número indefinido de universos relativos. Neste universo estão contidos todos os universos relativos criados segundo as percepções dos seres.

Utilizando-se os conceitos da física para definir, podemos dizer que o universo absoluto  é a somatória de todas as vibrações constantes no “Teclado Cósmico”, e o relativo  é apenas a somatória de certo número de faixas de vibrações.

Cosmos: Compreende a totalidade de todos os universos absolutos que existem, osmanifestos (Existência Positiva), e o imanifesto (Existência Negativa).

Vamos analisar então um outro aspecto da natureza para que certos fenômenos que são verdadeiros enigmas para as pessoas e até mesmo para a própria ciência possam ser compreendidos.

Pelos conceitos da Mecânica Ondulatória, podemos dizer que as vibrações em determinadas situações podem sofrer interferências recíprocas, e disto resultar um somatório de ondas, de tal forma que originam uma outra onda correspondente à soma algébrica de todas as componentes. Assim, o universo absoluto pode ser representado por uma onda resultante modulada.

Em palestra anterior, vimos que as ondas vibratórias em determinadas situações podem interagir entre si. Esse tipo de situação ocorre quando uma onda é múltipla de uma outra, ou quando são múltiplos comuns.

A representação gráfica de uma vibração é uma curva senoidal (vide tema Manifestações Vibratórias). Traçando-se as curvas das duas ondas de frequências diferentes, mas que tenham múltiplos comuns, em determinados pontos elas se cruzam. Este fenômeno é chamado batimento de ondas.

Suponhamos uma onda que esteja vibrando com uma frequência de 3 ciclos por segundo e uma outra com 8 ciclos por segundo. Veremos que no 24º ciclo haverá interseção das duas ondas. Uma delas quando completar 8 ciclos ( 3 x 8 = 24 ) entrará na mesma fase ( cruzará com a outra onda num mesmo ponto) com a outra de 8 ciclos por segundo, quando vibrar 3 vezes ( 8 x 3 = 24 ).

Dissemos que um universo pode ser representado pela resultante vibratória de todas as vibrações que o constituem. Assim, cada universo relativo tem a sua própria resultante vibratória. No caso acima, de dois universos com resultante 3 e 8, respectivamente, eles entrariam em fase, isto é, teriam pontos de contato em determinado momento. No exemplo acima isto ocorreria no 24º ciclo e em vários outros. Por exemplo, quando o universo de 3 vibrações vibrar l6 vezes e o de 8 duas vezes (3 x 8 = 48 e 3 x 16 = 48) eles entrarão em fase. Desenhando isto graficamente, se verá que haverá um ponto em que as duas linhas senoidais se cruzarão. Naquele ponto as duas curvas se misturam, se mesclam, pelo menos naquele ponto as duas serão apenas uma.

Para que possamos entender certos fenômenos intrigantes, é preciso que tomemos conhecimento desta possibilidade. Se estivermos analisando certas peculiaridades do universo, para que possamos estar conscientes de muitos fenômenos aparentemente sensacionais, temos que nos deter um pouco na análise das causas físicas daqueles fenômenos. Não há milagres no universo, apenas há efeitos de leis desconhecidas.

A ciência vive intrigada com alguns fenômenos aparentemente misteriosos que têm ocorrido ao longo da história, e que, por se constituírem verdadeiros enigmas, a ciência prefere não divulgá-los.

Um caso clássico citado é aquele ocorrido na Espanha e que foi relativamente bem documentado. No fim do século passado, houve o aparecimento brusco, diante de vários camponeses, de um casal de crianças verdes. Elas apareceram saindo de uma gruta. Não falavam nenhuma língua conhecida. Uma delas morreu alguns meses depois e a outra sobreviveu por bastante tempo. Posteriormente tiveram condições de dizer que vieram, sem saberem como, de um mundo totalmente diferente deste. Se isto realmente aconteceu, evidentemente pode se tratar um batimento de onda entre este universo e um outro, entre dois universos absolutos.

Existem registros de desaparecimentos de exércitos inteiros, como aquele citado no livro Os Grandes Enigmas da Humanidade. Em 1958, na Indochina, nada menos do que 650 soldados do exército colonial francês, que marchavam em direção a Saigon, sumiram, como num passe de mágica. Os inquéritos que se sucederam nada esclareceram. Nenhum combate ocorreu naquele local e nem naquela data, assim como não havia inimigos por perto. Não foi registrado qualquer caso de fuga ou insubordinação militar, e, o que é definitivo, nenhum daqueles soldados reapareceu em seus lugares de origem. Enfim, esse é um dos casos intrigantes registrado, e, até hoje, não se sabe precisamente o que aconteceu. Mesmo numa missão de guerra, onde seria possível acontecer destruição em massa de pessoas, mesmo assim nenhum resquício, por menor que seja, nunca foi descoberto. Isto não indica, evidentemente, que houve transposição entre mundos. Um caso isolado, mesmo que insólito, por si só não permite que se afirme haver ocorrido uma transposição, mas, quando casos assim vão se somando, a probabilidade de que haja ocorrido algum outro tipo de calamidade de tipo conhecido começa a diminuir, e aumenta a probabilidade para o lado de um fenômeno inusitado.

Existem outros casos altamente intrigantes. Na própria Europa já aconteceu algo mais intrigante ainda. Uma tropa penetrou numa neblina no sopé de uma colina sob a vista de centenas de pessoas e nunca mais nenhum daqueles soldados foi visto.

Seria fastidioso citar mais casos, basta dizer que há registros de desaparecimento de navios, aviões, esquadrilhas de aviões, etc. de difícil explicação, admitindo-se causas comuns. Muitos desses casos são arquivados e catalogados como “Top secret”. Existem lugares famosos onde coisas assim já ocorreram. O mais famoso, sem dúvidas, é o Triângulo das Bermudas, onde se citam dezenas de casos de desaparecimento absurdos, e citados em muitos livros.

Alguns autores comentam sobre esse tipo de fenômeno e usam expressões como “nó no tempo”, “interseção de universos paralelos”, e outras denominações assim. Os exemplos podem ser encontrados aos milhares, e são detalhadamente descritos nos livros de realismo fantástico. São muitos casos bizarros de pessoas que desapareceram diante da vista de inúmeras outras, objetos que bruscamente desaparecem e não mais são encontrados, e coisas assim. É natural que pessoas desapareçam por inúmeras razões, mas o número de casos é tão elevado que a probabilidade, mais uma vez, passa a pender para o lado de casos inusitados.

Tudo isso pode ter explicações normais, contudo também é possível que sejam consequências de interseção entre universos. Evidentemente devem existir universos relativos dos quais não temos percepções e em que as realidades são muito semelhantes às nossas.

Quando as combinações de faixas de frequências dão uma resultante múltipla das que existem aqui há então certos pontos com coincidência de fase (= batimento de ondas) em que seria possível a transposição de um para outro universo, assim como também podem existir universos com resultantes vibratórias que nunca entram em fase com o nosso, e, se assim for, jamais será possível uma transposição material. Mas, mesmo assim, ainda é possível à mente explorá-los, pois ela é passível de sintonizar uma frequência adequada para isso, embora isto seja uma probabilidade extremamente rara.

Como dissemos antes, o universo para nós é o conjunto de faixas de vibrações perceptíveis. Aceitando-se esta premissa, fica-se diante de algo espetacular, de algo que poucas criaturas pressentem; há um meio vibrátil que é a única realidade absoluta, como citamos no tema O QUE É REAL?

Uma variação mínima na capacidade perceptível de uma pessoa gera um universo pessoal. Disto advém: “O UNIVERSO É ALGO PESSOAL, SUBJETIVO, ALGO SEM QUALQUER REALIDADE OBJETIVA.”

Não é sem razão que algumas doutrinas afirmam que tudo isso que aceitamos como realidade não passa de um pensamento da Mente Cósmica. Os pensadores ligados ao MENTALISMO SUPERIOR sugerem que o mundo seja uma ilusão dos sentidos, que nada realmente existe. É difícil se aceitar isso, vamos esclarecer alguma coisa a respeito. O nosso universo não é uma forma de pensamento abstrato, não é apenas um pensamento imaterial, como sugerem alguns daqueles mentalistas. Em essência ele existe, há algo sobre o que a mente dos seres estabelecem as suas percepções. Estas são apreciações de algo e não uma idealização ou simples reação mental. Naquela afirmativa o que é verdade é que o universo não existe como uma só forma para todos os seres. Ele é inconstante, é mutável, e é em certos pontos individual. É o modelo próprio de cada um, segundo as percepções pessoais.

Antes de terminar esta palestra, vale a pena indagar se os N universos relativos já existem “em atividade”, “funcionando”, ou se eles apenas existem em potencial, como probabilidades. Em outras palavras, será que eles já foram, ou já estão concretizados como coisas, ou se vão sendo estabelecidos à medida que a consciência os vai elaborando? Será que aquele meio básico vibrátil, do qual todas as coisas derivam, e que constitui o universo absoluto, já está vibrando em todas as frequências possíveis? – Se ele já estiver vibrando em todas as frequências possíveis, em todas as combinações de faixas exequíveis, então os N  universos relativos já existem de fato, em caso contrário eles são universos potenciais que surgem e desaparecem conforme as alterações do meio básico vão se apresentando e gerando as frequências características.

Se nossa mente fosse capaz de fazer vibrar o meio básico numa determinada frequência ao longo do eixo de vibrações e só tivéssemos condições de percepção daquela frequência, neste caso o nosso universo, aquilo que tomamos como nossa realidade, seria somente aquela percepção e nada mais. Aquele universo existiria somente enquanto houvesse aquela mente para fazer vibrar o meio básico e para detectar o evento (vide tema ATRIBUTOS DA DIVINDADE).

Por outro lado, suponhamos agora que a vibração do meio básico independa da mente dos seres. Neste caso, todas as realidades subjetivas, em número inconcebivelmente elevado, já existem, todos os possíveis universos relativos já existem, e, para penetrarmos neles é só vibrarmos na frequência adequada (o que não é fácil), ou estarmos presentes num dos pontos de batimento num momento adequado, onde e quando eles ocorrerem.

Os mentalistas afirmam que o universo é uma ilusão, que ele não existe como coisa. Naturalmente, até certo ponto, eles estão certos, desde que, com esta afirmação, quiserem dizer que cada ser tem um universo segundo suas recepções. Contudo eles não estão totalmente certos, se estenderem isto para o conceito de “UNIVERSO ABSOLUTO”.

O Universo Absoluto é fruto da Mente Cósmica, e, por isso, existe independentemente das frações individuais daquela mesma mente presente em todos os seres.

“O UNIVERSO NÃO É UM LUGAR, E SIM UM ESTADO SUBJETIVO.