A respeito dos Doze Princípios

PEREGRINI SANTIAGO

"Os Princípios Herméticos são as Leis Universais que manifestam, formam e estruturam o mundo."
— P.

Existem diversas explicações simbólicas para o número DOZE. Neste caso, isto é, na atual proposta temática, didaticamente falando, trata-se dos impropriamente denominados DOZE PRINCÍPIOS HERMÉTICOS[1]. Contudo, a rigor, não são "Doze Princípios em si", o que veremos em breve, aqui neste espaço.

Se considerarmos quantitativamente os Princípios Herméticos em "Doze", veremos que, entre as inúmeras propostas simbólicas de explicação relativas ao número DOZE, duas delas são, por assim dizer, as "fundamentais" e, de certa forma, as mais simples. Uma delas é de fundamento estritamente metafísico-simbólico e espiritual; a outra refere-se à quantificação da fenomenologia (observação-classificação de fenômenos e condições na natureza) no universo creado. Devemos lembrar que, a rigor, não são "Doze Princípios em si", mas UM Enunciado, Seis Princípios e Cinco Bases Universais.

Um enunciado significa a verbalização filosófica segundo a qual algo é afirmado. Neste caso, trata-se do Enunciado Hermético Fundamental, na medida em que tudo quanto há manifesto, todas as operações perceptivas e cognoscitivas dos seres apresentam-se como relação psíquicas, logo, mentais. Quanto ao "Princípio", apresenta dois sentidos básicos: i) Lei natural ou norma organizadora; ii) Início de algo. Grosso modo, os Seis Princípios (Vibração, Causalidade, Correspondência, etc.) atuam como leis naturais, pois se realizam como tais em todos os planos dimensionais da existência creada, mantendo-as coesas e funcionais. Por isso, a Vibração, independentemente da crença pessoal, é um fenômeno comum a todo o Universo, pois a partir dela as coisas se originam e se manifestam diferentes entre si.

Contudo, didaticamente falando, em geral, afirma-se que são "Sete Princípios Herméticos", para, desta forma, facilitar um tanto a compreensão a respeito das Leis Universais. Ao mesmo tempo, para evocar o SETE, que representa a AÇÃO NO UNIVERSO, pois as relações vibratórias ocorrem em sequências sétuplas. Quanto às Cinco Bases, que devem ser pessoalmente descobertas, não são "Princípios em si", porquanto funcionam como suporte de existência para a atuação dos Princípios. Além disso, as Bases Universais não podem ser empiricamente demonstradas em si mesmas. Dependem de relações com objetos, seres e eventos, os quais se expressam em obediência aos Sete Princípios Herméticos.

Em face disso, por que, então, haveria Doze componentes estruturantes do Mundo Imanente? Por que, didaticamente, "Doze Princípios Herméticos" e não "onze" ou treze", como exposto na presente proposta de discussão? Na realidade, devemos perceber que em todo sistema de medição quantitativa existem parâmetros numéricos a serem observados, os quais dependem de circunstâncias observacionais e, neste caso, logicamente racionais. No que tange aos Sete [Seis] Princípios (como Leis naturais), têm sido quantitativamente assim descritos e organizados devido à sua invariância de quantidade diante das experiências subjetivas.

A diferença entre "Vibração" e "Polaridade" não se refere somente a uma distinção nominal, mas manifestativa, isto é, uma diferença de expressão natural, o que, então, implica na observação e racionalização do olhar classificador em relação a aspectos fenomenais diferentes entre si. Assim, a Vibração indica que algo "vibra"; a Polaridade denota que o objeto se expressa vibratoriamente em extremos polarizados ("quente" e "frio", por exemplo). Logo, experiência e a observação de padrões na natureza dão sentido à classificação quantitativa em "Sete Princípios" (incluindo didaticamente o Enunciado Fundamental).

A este respeito, devemos salientar que, quando os parâmetros de observação, racionalização e classificação mudam, a constatação subjetiva lógica em face do fenômeno também muda. Em outras palavras, o processo classificador de um evento naturalmente regular como "Lei" ou "Princípio", embora esteja ligada à circunstancialidade de invariabilidade do evento, obedece a critérios formais de organização. Sem isso, não haveria ordenação classificadora em relação às Leis Naturais. Continuariam a existir, porém, não teriam logicidade organizadora para o intelecto. Seriam somente eventos de experiência, não intelectualizados. Desta forma, a classificação quantitativa em "Sete Princípios" obedece simultaneamente à observação e vivências de experiências regulares na natureza e à sua classificação racional.

Quantos às Cinco Bases Universais, a rigor, dependendo da classificação, até poderiam ser consideradas como "Quatro", mas didaticamente são descritas em "Cinco" devido às impressões subjetivas de vivências em relação a cada uma delas. De fato, todas as Cinco Bases, em seu conjunto, estão a serviço da manifestação e atuação das Leis Naturais, dos seres e eventos no Universo. Separando-as e analisando-as, podemos concluir que estão necessariamente ligadas aos Sete Princípios, pois cada uma delas está associada às experiências advindas dos Princípios. É claro que, se houver alguma mudança organizacional e classificadora em relação às Cinco Bases, não falaremos mais de "Doze Princípios".

Devemos lembrar que a classificação quantitativa de eventos e leis naturais está subordinada a parâmetros de medição convencional. Além disso, existem outras explicações para a existência de "Doze Princípios", sendo a mais básica das quais a relação multiplicativa do nível espiritual (UM-DOIS-TRÊS) com o mundo material (QUATRO). Logo, a interdependência da matéria com o espírito; um não existe sem o outro.

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[1] Ao contrário do que muitos pensam, não são Sete Princípios Herméticos em si, mas Doze Princípios, os quais são apenas assim considerados quantitativamente por razões didáticas. Estritamente falando, são Seis Princípios, Cinco Bases Universais e Um Enunciado Fundamental, como no presente artigo explicamos.